domingo, 30 de maio de 2010

Alimentos Que Satisfazem

Uma vez apreciado que a carne não é a única fonte de proteínas, pode-se começar a economizar verdadeiramente. Há outros alimentos ricos em proteínas, porém, para se obter os melhores resultados, precisam ser preparados e servidos com especial cuidado, de modo que se tornem tanto convidativos na aparência como deliciosos ao paladar.

O peixe é um destes alimentos proteínicos, e, em algumas localidades, pode ser obtido a baixo custo. Grande variedade de alimentos de peixes são agora disponíveis em quantidades cada vez maiores — mexilhões, salmeiras, litorinas, urtigas do mar. Podem ser assados, cozidos numa tábua, fritados numa frigideira ou mergulhados em gordura, escaldados ou cozidos a vapor, dependendo do método que ressalte o que há de melhor em cada coisa. Está atento ao mercado de peixes?

O ovo é outro alimento satisfatório que é proteína completa. Pode também ser preparado de diversos modos — desde o ovo bem cozido até o delicioso soufflé. Não é de admirar que seja tão popular!

Alguns alimentos, embora não sejam completos em proteínas como os ovos, ainda contêm valiosas proteínas. Tais alimentos, tais como as ervilhas, o feijão branco e o feijão-de-lima, são amiúde chamados de proteínas “incompletas’’ porque não contêm tantos dos essenciais aminoácidos. As lentilhas são outro exemplo. Combinam-se com muitos alimentos a fim de fornecer pratos satisfatórios, e, ainda assim, baratos.

A realidade é que nem toda refeição precisa ser rica em proteínas. Há outros pratos que são bastante satisfatórios. A humilde batata é um exemplo. É surpreendente o número de formas de prepará-la e servi-la em pratos deliciosos, sozinha ou combinada a outros alimentos. Se a cozinheira ficar sem novas idéias neste respeito, poderá comparar seu receituário com os de suas vizinhas. Daí, há também o arroz. O arroz branco e o arroz integral oferecem amplo escopo, e podem ser cozidos quer como substituto da batata quer como sobremesa. Tudo depende do tempero ou condimentos acrescentados a ele.

Há muitas outras refeições de um prato único que poderá ser satisfatórias: macarrão, espaguete e molho de tomate, beringela recheada, guisado de galinha picadinha com cogumelos e bolinhos de massa frita, pimentões verdes recheados, para citar alguns. Na verdade, estes representam um desafio à perícia do cozinheiro, pois se espera com freqüência que se rivalizem com o prato de carne tanto em sabor como em atrativos. Mas, bem que vale a pena o esforço, pois dará mais variedade a seu cardápio, ao passo que também reduzirá os custos.

Como Reduzir os Preços da Carne

Saber que alimentos são essenciais é importante. Mas, a dona de casa mediana, se há de reduzir seus custos alimentares em qualquer grau apreciável, tem de começar primeiro com a carne — usualmente o item mais alto em suas despesas com alimentos. Pode ficar alerta para ler nos jornais ofertas especiais e fazer seu cardápio com base nas ofertas de carne da semana. Talvez seja vantajoso comprar fígado e carne do tipo mais barato, tais como rabada, pescoço, ponta de agulha, acém ou coxão duro. As costeletas são relativamente baratas. Bifes do peito são ainda mais econômicos. Pernil de porco é tão saboroso quanto o lombo de porco, todavia, muito menos custoso.

O que há de bom é que tais cortes são tão elevados em valor nutritivo quanto os mais custosos. A única diferença é que se precisa mais cuidado para cozinhá-los visto que talvez sejam menos tenros. A língua é outro item econômico. Quando cozida à la braise em molho aromático e devidamente enfeitada, é deliciosa, todavia, custa não raro apenas a metade do preço de outras carnes!

A carne de preço reduzido, contudo, nem sempre é econômica. Às vezes contém muitos pedaços não comestíveis. Assim, ao comparar o custo básico, é melhor calcular o custo por porção. Um quilo de acém, moído, por exemplo, talvez dê para dez porções. Se custar uns cinco cruzeiros o quilo, isso significa 50 centavos a porção. Como se compara isto com algum outro item?

Poderá comer bem, por menos

“DO JEITO em que estão os preços agora, simplesmente não sei mais com o que alimentar minha família.” Soam-lhe familiares estas palavras? Ecoam seus sentimentos? Muitas donas de casa verificam que não mais conseguem comprar alimentos que compravam antes e ainda limitar-se a seu orçamento. Razão é que os preços dos alimentos através do mundo subiram tanto na última década. E, nos EUA, mais de um terço do aumento entre 1964 e 1968 se deveu a um aumento de 15 por cento nos preços da carne, das aves e do peixe.

Muitos verificam ser cada vez mais difícil equilibrar seu orçamento. A luta corrente do consumidor estadunidense obteve grande atenção e muitas são as propostas para sustar os aumentos dos preços dos alimentos. Apesar dos vários passos dados em escala federal e local para proteger os interesses do consumidor, cabe por fim à dona de casa conseguir economizar por sua própria conta. Ela conhece exatamente em que áreas poderá reduzir as despesas sem por em perigo à saúde da família. Para alcançar este alvo, tem de saber que alimentos são essenciais para sua saúde e quais poderá dispensar.

Os requisitos básicos para a nutrição adequada podem ser divididos a grosso modo em quatro grupos:

(1) Carnes e substitutos para a carne, abrangendo ovos, queijo, nozes, soja, e assim por diante.

(2) Pão, farinha e vários cereais (grãos).

(3) Leite e produtos lácticos.

(4) Frutas e legumes numa variedade tão grande quanto possível.

Para os que não apreciam beber os recomendados dois ou três copos de leite por dia para os adultos e os três a quatro copos para as crianças, o leite pode ser usado de outras formas. Os nutricionistas recomendam que as donas de casa planejem seu cardápio em torno de tais requisitos básicos para assegurar que suas famílias comam os alimentos corretos.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ingredientes para oito porções:

3 xícaras de polvilho doce, 11⁄2 xícara de água e um pouco de sal.

Modo de preparar: Numa vasilha de tamanho médio, borrife um pouco de água sobre o polvilho doce e o sal e mexa a mistura com a ponta dos dedos. Aos poucos vá colocando mais água e esfarele a mistura entre as mãos até que essa mistura esfarelada não grude na mão. Daí passe essa mistura por uma peneira.

Agora aqueça uma frigideira anti-aderente de 20 centímetros de diâmetro em fogo brando. Divida a mistura em oito porções iguais. Espalhe uma porção na frigideira e com as costas de uma colher cubra o fundo da frigideira de modo uniforme. Asse por 2 a 4 minutos, ou até que a mistura se pareça a uma panqueca, e suas bordas se desprendam da frigideira. Vire-a com uma espátula plástica e asse por mais 1 minuto. Repita o processo com o restante da mistura.

Os recheios darão um toque especial à tapioca. Para o café da manhã experimente passar manteiga na tapioca ainda quente e adicionar duas colheres de sopa de coco fresco ralado. Ou espalhe leite condensado sobre a tapioca, adicione coco, dobrea-a ao meio e sirva.

Tapioca — uma delícia brasileira

Do redator de Despertai! no Brasil

NO Brasil, são chamados de tapioca vários produtos derivados da mandioca, tubérculo que também é conhecido em outras partes do país como macaxeira ou aipim. Um desses derivados consiste de uma massa simples, rústica, bem parecida a uma panqueca ou crepe. Ele é feito de uma farinha fina, ou amido, conhecida como polvilho doce ou goma, que é extraída da raiz da mandioca.

Depois de a raiz ser ralada e espremida, extrai-se um líquido leitoso que é colocado num recipiente para descansar. A goma de tapioca vai se separar da água formando uma massa mais ou menos sólida no fundo do recipiente. A água é então escorrida e a massa com amido é colocada para secar ao sol.

A tapioca era o alimento básico dos índios brasileiros. Mais tarde, colonizadores portugueses descobriram que a tapioca servia como bom substituto para o pão. Não faz muito tempo, porém, que ela atraiu a atenção de alguns criativos chefs de cozinha brasileiros, que decidiram transformar a tapioca numa moda em seus restaurantes.

Visando agradar uma clientela mais seleta, os chefs criaram versões inovadoras da tapioca, usando suas habilidades para dar uma cara nova à versão tradicional. Hoje a tapioca é um sucesso e conferiu um charme especial à culinária brasileira. Um bom número de restaurantes são famosos por causa dela.

Por que não experimenta fazê-la? Sua família e seus amigos se deliciarão e ampliarão seus horizontes gastronômicos.

Jicama — um saudável petisco mexicano

Do redator de Despertai! no México

Jicama, ou jacatupé, é uma leguminosa trepadeira. Suas folhas e vagens maduras não são apetitosas, mas isso é bom, pois elas não são comestíveis. A parte gostosa fica embaixo da terra; é o tubérculo da planta.

Os mexicanos comem jicama desde os tempos antigos. Seu nome, que vem do idioma náuatle, significa “o que se saboreia”. E dá água na boca só de ver uma foto do conhecido petisco mexicano feito de fatias cruas de jicama temperadas com suco de limão, sal e polvilhadas com pimenta.

Que gosto tem a jicama? Alguns dizem que o gosto lembra um pouco o da maçã. Originária do México e da América Central, essa planta chegou a países distantes, como as Filipinas, China e Nigéria. Atualmente, é cultivada em muitos lugares e preparada de vários modos — grelhada, cozida em sopas e usada para fazer picles e saladas.

Na culinária oriental, jicama substitui a castanha-d’água. O bom desse vegetal é que continua crocante mesmo depois de cozido, principalmente a jicama de leite, que, diferente da jicama de água, produz um suco leitoso. O interessante é que os dois tipos crescem da mesma semente.

Jicama é ideal como petisco. É nutritiva, refrescante, crocante, suculenta, de fácil digestão e tem poucas calorias. Uma análise feita por um instituto de nutrição mostrou que, enquanto 100 gramas de batata frita contêm 540 calorias, a mesma quantidade de jicama contém apenas 40! Outra propriedade da jicama é o seu alto teor de cálcio, fósforo e vitamina C.

Conforme mencionado, com exceção da raiz, as outras partes da planta, de modo geral, não são comestíveis, mas também não são inúteis. As sementes contêm uma série de componentes que servem como ótimo inseticida quando trituradas. Elas também são usadas em remédios dermatológicos. E as fibras resistentes do caule podem ser usadas para fazer redes de pesca.

As raízes da jicama podem ter vários tamanhos, desde menos de 300 gramas até mais de 1 quilo e duram umas três semanas no refrigerador. Para usar a jicama tudo o que precisa fazer é lavá-la, descascá-la, e — a menos que seja muito nova — remover a camada externa cheia de fibras.

Então, se houver jicama no lugar onde vive, por que não a experimenta? Talvez lhe faça bem!

Má reputação?

Em 1988, o Departamento de Alimentos e Remédios dos EUA reconheceu que o baiacu, preparado por cozinheiros licenciados, é seguro para consumo, e permitiu sua importação nos Estados Unidos.

A preparação do baiacu, porém, decididamente não é culinária do tipo faça-você-mesmo para um pescador em férias. Para entrar no seu cardápio, o baiacu deve ser preparado por um cozinheiro licenciado. Essa é a única maneira segura de saborear esse peixinho, que ganhou má reputação.

Comestível, apesar da má reputação

“É perfeitamente seguro comer baiacu”, diz Shinichiro Nagashima, cozinheiro especialista em baiacu, de terceira geração. “Sabemos que órgãos do peixe são venenosos, e eles são eliminados por especialistas. Em mais de 30 anos que se prepara baiacu na região de Tóquio, ninguém jamais morreu envenenado por baiacu preparado em estabelecimentos autorizados.”

“As leis são rigorosas”, continua Shinichiro. “Por exemplo, se os órgãos não forem eliminados corretamente, o estabelecimento poderá ser punido com interdição por um mês. Ou se o estabelecimento servir, mesmo se solicitado, uma parte cujo consumo é proibido, e isso resultar em morte, ele será definitivamente fechado.

“As regras que se aplicam à preparação do baiacu e à avaliação e licenciamento dos cozinheiros nesta região foram desenvolvidas a princípio por meu avô. Ele foi o pioneiro na culinária do baiacu na região da grande Tóquio na década de 50, quando isso já era popular no oeste do Japão.”

O pai de Shinichiro, Yutaka, atua como juiz na avaliação de aspirantes a cozinheiros especialistas em baiacu. Ele fica bem à vontade ao falar sobre isso em sua loja, em meio a luminárias feitas de baiacus desidratados, penduradas nos caibros.

“O treinamento para ser cozinheiro especialista em baiacu requer amplo conhecimento da anatomia do baiacu e aprovação num rigoroso teste que inclui limpar um baiacu e identificar todos os órgãos em apenas 20 minutos.”

Ao pegar a faca para demonstrar como se limpa um baiacu, Shinichiro de repente se transforma no retrato do homem que se concentra na tarefa à mão. Seu pai observa e vai dando explicações sobre as partes do peixe. Duas vasilhas inoxidáveis ficam ao lado da tábua de cortar. Numa vão o fígado, os rins e outros órgãos venenosos. Na outra vão as partes comestíveis do peixe. Em questão de minutos, finos filés brancos são cortados ainda mais finos e arrumados como transparentes pétalas de flor. Rabanete ralado e pimenta vermelha contribuem para o colorido. O gracioso prato agrada aos olhos e ao paladar.

O Sr. Nagashima sorri ao lembrar da época em que havia fartura de baiacu. “Quando eu era menino, o baiacu não era nem de longe tão caro como hoje. Visto que meu pai era cozinheiro especialista em baiacu, era essa a merenda que eu levava na lancheira para a escola. As outras crianças ficavam loucas para trocar o lanche comigo.”

Baiacu — peixinho que ganhou má reputação

Do correspondente de Despertai! no Japão

“UM PEIXINHO todo agitado mordeu o anzol. Quando o puxei, um aldeão amistoso garantiu que ele era realmente delicioso. Mas era pequeno demais, de modo que o lancei de volta ao mar. Só depois descobri que, se eu tivesse preparado e comido o tal peixinho espinhoso, aquela poderia ter sido minha última refeição.”

Esse recém-chegado ao Japão havia pescado um baiacu, uma iguaria local. Os apreciadores pagam de 50 a 160 dólares por pessoa para uma refeição completa com baiacu. No entanto, os baiacus contêm um veneno chamado tetraodontoxina, concentrado no fígado, nos ovários, nos rins e às vezes na pele. Dez mil unidades camundongo, talvez o que caberia na cabeça dum alfinete, causam a morte duma pessoa de tamanho mediano.

Embora existam umas 100 espécies de baiacus no mundo, todas empregam a tática do inflamento. Inalando água para dentro duma bolsa especial localizada no esôfago, esse peixe de aparência comum expande-se, assumindo a forma dum temível globo, coberto de espinhos afiados que desanimam qualquer predador que pense em engoli-lo. Sua aparência transformada pode atemorizar um inimigo, ou ele pode expelir a água, a fim de obrigar uma ardilosa “refeição” a sair do seu esconderijo no arenoso leito submarino. Assim, são muito apropriados os seus nomes em inglês: puffer (soprador), globefish (peixe-globo) e blowfish (peixe-assopro).

Atualmente o baiacu todo ano ceifa algumas vidas. Quem sabe preparar o baiacu salienta, porém, que a maioria dos casos é de amadores que tentam prepará-lo sozinhos.

O baiacu ganhou atenção internacional quando os japoneses tentaram introduzir essa iguaria nos Estados Unidos. Negou-se permissão de importação, e a mídia rotulou-o de “peixe assassino”, afirmando que comer baiacu é fazer um “jantar em desafio à morte”. Afirmação válida?

terça-feira, 25 de maio de 2010

A Receita

A Sra. Ch’en corta com perícia os cogumelos, deixando-os prontos para o prato de repolho frito e cogumelos. Pede-me que corte o chin (uns seiscentos gramas) de lombo de porco em cubos de dois e meio centímetros. Em seguida, misturamos 11/2 colheres de vinho de arroz (o xerez também serve), 2 1/2 colheres de sopa de molho de soja, 21/2 colheres de sopa de farinha de trigo, 11/2 colheres de sopa de maizena, e então adicionamos os cubinhos de porco a tais ingredientes, recobrindo-os cabalmente com tal mistura.

O óleo de semente de gergelim já se acha aquecido e a Sra. Ch’en frita profundamente a carne de porco até ficar bem tostada, de um marrom dourado. A cozinha se enche de apetitosos aromas. Colocamos de lado a carne de porco cozida.

Vamos agora preparar o molho agridoce. Misturamos 8 colheres de sopa de açúcar, 5 colheres de sopa de molho de soja, 11/2 colheres de vinho de arroz, 21/2 colheres de sopa de vinagre, 5 colheres de sopa de molho de tomate. Esta é a mistura do molho agridoce.

Os legumes que preparei incluem 4 pimentões cortados em quatro pedaços e sem semente, uma cebola média cortada em quatro, uma cenoura média cortada em pequenas rodelas e cozida por 7 a 8 minutos, um rebento de bambu cortado em pequenas rodelas, 3 fatias de abacaxi, cada uma delas cortada em quatro. Tudo agora está pronto para o cozimento final, o que exige apenas alguns minutos.

Trabalho na Cozinha

Em casa, começa o trabalho! Os legumes e a carne precisam ser cortados primeiro no tamanho e nas formas para serem facilmente manobrados pelos fachis. A conveniência de se usar fachis é uma razão para se ter tal cuidado, mas também torna atraente a refeição. Parece que os chineses consideram três coisas importantes ao se preparar uma refeição: a atração visual, o aroma e, naturalmente, a entusiástica acolhida dos corpúsculos gustativos.

Os legumes que acabei de cortar certamente preenchem o primeiro requisito. São coloridos e atraentes. E o caldo de galinha que a Sra. Ch’en cozinha no fogão começa a preencher o segundo requisito — o aroma de gengibre e galinha é delicioso! Mais tarde, a carne de galinha será desfiada e, junto com espinafre e aletria, temperos e um pouco de vinho, será adicionada ao caldo para compor a nossa sopa de galinha e espinafre.

Ao Mercado

Cortamos caminho par uma viela estreita dos fundos. Por toda a parte há crianças. As mulheres fazem sua lavagem diária de roupas, estendendo a roupa em longas hastes de bambu que são então suspensas para o outro lado da viela, de gradil a gradil. Vamos abaixando-nos e desviando o corpo para passar pela roupa estendida.

Mais perto do mercado, aumentam as multidões. O costume é fazer compras diárias, um hábito secular, muito embora a refrigeração doméstica se torne cada vez mais comum. Por volta de meados da manhã o mercado ficará superlotado de pessoas, e a carne, o peixe e os legumes já terão sido bem comprados. Estou contente de termos chegado cedo.

O mercado de Ch’ang Ch’un Lu (Estrada da Primavera Eterna) dificilmente pertence à família dos supermercados — não há fileiras de itens reluzentes, enlatados, empacotados e congelados. Antes, o mercado principal possui um teto grande, em estilo de pavilhão, abrigando para mais de sessenta pequenas barracas que vendem tudo na linha de alimentos frescos. Lá fora, dezenas de pequenas barracas se alinham por ambos os lados do Ch’ang Ch’un Lu.

“Vamos comprar primeiro a carne de porco”, diz a Sra. Ch’un.

Oh, sim. Prepararemos carne de porco agridoce.

Olhe bem para essas barracas de carne! Lombo, quartos dianteiros, tiras de gordura, ossos e miúdos se acham pendurados diante de nossos olhos! Estão ali para escolhermos, apertarmos, sentirmos e levarmos o que quisermos.

A Sra. Ch’en escolhe um pedaço de lombo de fina contextura, de cor rosa claro e aparência tenra, pedindo um “chin” (pronuncia-se “gin”). Um chin equivale a cerca de seiscentos gramas. Cada chin é dividido em dezesseis liang. O açougueiro usa uma balança romana. Nossa carne é pendurada num gancho perto da extremidade mais curta enquanto o açougueiro move o cursor pelo braço maior até atingir o equilíbrio. Vamo-nos com um chin de lombo de porco embrulhado numa folha de bananeira e amarrado firme com uma tira de capim.

Em seguida, a Sra. Ch’en passa a escolher os melhores legumes de todos. Precisamos de cebolas, gengibre e espinafre para a sopa de galinha e espinafre. O repolho e os cogumelos frescos comporão a salada de legumes que escolhemos para complementar a carne de porco agridoce. Segue-se certo pechinchar, e economizamos algum dinheiro nos cogumelos. Noto que parece ser costume pechinchar.

Precisamos de algumas frutas, mas isso é do lado de fora, junto à rua. Filas penduradas de galinhas e patos já preparados se alinham pela nossa via de saída. Há também grandes cestos de vime cheios de aves barulhentas, cocorocando e grasnindo para as pessoas que desejarem comprá-las vivas. Compramos um pedaço de peito de galinha para usá-lo em nossa sopa. Ao partirmos, noto que certa senhora escolhe alguns peixinhos vivos de um tanque raso de água, cheio de peixes e enguias, todos se contorcendo e mexendo sinuosamente nos últimos momentos em que estão juntos.

Do lado de fora, escolhemos tangerinas e metade de uma grande melancia que nos deixa com água na boca, em uma das barracas de frutas. A melancia, comenta a Sra. Ch’en, dará o exato sabor correto como sobremesa em nossa refeição.

Prove o tempero chinês

Do correspondente de “Despertai!” em FORMOSA

JÁ EXPERIMENTOU preparar uma refeição chinesa? Como recém-chegada aqui em Formosa, passei com prazer por esta fascinante experiência. Uma vizinha achegada, a Sra. Ch’en, concordou em ajudar-me a preparar esta refeição para nossa família de seis pessoas. Com efeito, estava mais do que disposta.

No dia aprazado, a Sra. Ch’en chegou cedo — às oito da manhã. Cumprimentamo-nos em chinês. Pelo menos isso eu já aprendera em mandarim. Logo passamos a falar inglês e ela disse: “Vamos ao mercado antes que fique cheio demais.”

Cozer legumes — à moda chinesa!

ESTEVE recentemente num supermercado? Então talvez tenha notado — especialmente se morar numa grande área urbana ocidental — que ocorreu uma mudança. Oferecem-se, além dos conhecidos pepinos e cenouras, alguns itens menos conhecidos: couve-da-china, ervilhas snow, castanhas-d’água, brotos de feijão, e gengibre.

Estes são legumes chineses. Embora algumas cozinheiras possam desprezá-los, as mais aventureiras estão comprando woks (panelas metálicas, próprias para frituras), e fazendo experiências em preparar pratos chineses. Com um pouquinho de prática, você também pode oferecer à família alguns pratos verdadeiramente excitantes — e a um preço surpreendentemente baixo! Isto se dá porque a cozinha chinesa faz bom uso dos legumes. Como assim?

sábado, 22 de maio de 2010

ERVAS QUE PODE USAR NA COZINHA

NOME ALGUMAS UTILIZAÇÕES

SALSA Enfeite, sopas, molhos, pratos de ovos

TOMILHO Bolo de carne, recheios, molhos, picles, cozidos

CEREFÓLIO Enfeites delicados, sopas

CEBOLINHO Queijo tipo “ricota”, saladas, manteiga

ESTRAGÃO Pratos de ovos e cogumelos, molhos, mostardas

LOURO Pratos de carneiro, porco e peixe, cremes

MANJERONA Pratos de carne, peixe e ovos, sopas, coquetéis, vinagre

ALECRIM Temperos, açúcar, óleo

ALFAZEMA Vinhos, chás, vinagre, açúcar

SALVA Recheios, molhos, óleo

MANJERICÃO Sopas, guisados, molhos

HORTELÃ Vinagre, açúcar, molhos, geleias, chás, ponches

Criar Aquele “Aroma Misterioso”

Para o bem de seus prospectivos convidados para jantar, começamos com um aviso. O sabor e o aroma das ervas podem ser muito fortes. Se for “liberal” demais em usar ervas, os resultados podem ser desastrosos para seus pratos. Comece por usar esparsamente os condimentos. “Uma pitada aqui e acolá” é uma boa regra.

Há muitas formas de ressaltar o sabor de seu alimento por meio de ervas. Podem ser usadas como adornos ou podem ser incorporadas aos vários pratos — picles, molhos, sopas, café, coquetéis, ponches e vinhos. Poderá fazer chás, óleos, açúcar, manteiga, mostarda e vinagre com sabor de ervas.

Por exemplo, fabricar manteiga com sabor de erva é simples questão de bater em forma de creme e amaciar cerca de cem gramas de manteiga e então misturá-la bem com, digamos, uma colher de sopa de cebolinho picado e uma de suco de limão. Ou, use mais de uma erva na combinação. Esta manteiga dá um sabor picante quando usada em peixe, costeletas, bifes ou pãezinhos.

Naturalmente, um uso bem popular de ervas é na infusão de chás. Além de dar ampla variedade de possíveis infusões, muitos desses chás, diz-se, são benéficos à saúde. O chá de camomila supostamente induz ao sono repousante. Os herboristas afirmam que o chá de salva é bom para o cérebro.

Tais chás são infundidos da mesma forma que o chá comum. Derrame água fervente sobre as folhas e deixe que a mistura descanse alguns minutos antes de bebê-la. Muitos adicionam suco de limão ou mel.

Talvez não sejam tão conhecidos os óleos de ervas. Estes são feitos por se encher dois terços de um vasilhame com um óleo leve de boa qualidade, tal como o óleo de açafrão ou de amêndoa (não de amendoim ou de oliva). “Macera-se” cabalmente um bom punhado de suas ervas favoritas, adicionando-se uma colher de sopa de vinagre de vinho branco. Tal mistura é adicionada ao óleo.

Vede firmemente o vasilhame e o sacuda bem. Deve-se deixá-lo em repouso numa prateleira ensolarada ou tépida por cerca de um mês. Que seja uma prateleira à mão, de modo que possa pegar o vasilhame e sacudi-lo periodicamente. Este óleo é delicioso para uso em saladas ou em frituras.

Açúcar e sal de ervas são usualmente feitos por se vedar açúcar ou sal de mesa granulados em vasilhames hermeticamente fechados, junto com alguns raminhos de sua erva favorita. Quanto mais estocá-los, mais acentuado será seu sabor. O açúcar pode ser usado em receitas de bolos ou em panquecas ou frotas, e o sal serve para cozinhar ou como condimento de mesa.

Há bons livros de culinária que contêm receitas em que pode usar ervas. Quando uma receita pede bouquet garni, o buquê mencionado é, usualmente, um punhado de salsa, tomilho, louro, estração e, às vezes, manjerona. Amarradas num fio, são adicionadas durante o cozimento, mas removidas antes de se servir o prato. Se a receita exige fines herbes, pique em pedacinhos e misture cerefólio, cebolinho, salsa e estragão. Lembre-se sempre: Caso use ervas secas numa receita que peça ervas frescas, reduza a quantidade em um terço ou à metade. As ervas secas são mais fortes.

Naturalmente, talvez deseje, por fim, experimentar algumas ervas menos conhecidas. Visto que há cerca de 2.500 espécies em todo o mundo, pode ver que há muito o que aprender. (O que é chamado de “erva” varia de um lugar para outro. Em geral, é definida como planta que “morre” cada ano, e, usualmente, não possui um caule lenhoso.) Depois de cuidadoso estudo, talvez fique surpreso com as coisas que terminam em sua mesa — trevos, dentes-de-leão, pétalas de rosa, etc. Talvez também aprecie outros usos de ervas, tais como banhos suavizantes de ervas.

A maioria das pessoas que aprenderam mais sobre plantas chegam a encarar as “ervas daninhas” à beira da estrada de forma diferente. Muitas refletiram novamente sobre a antiga promessa de Deus, de dar ao homem “a vegetação que dá semente, que há na superfície de toda a terra” para seu deleite. (Gên. 1:29) Como se expressou o poeta Ralph Waldo Ernerson: “Uma erva daninha é uma planta cujas virtudes ainda não descobrimos.”

Cultivo de Ervas

Seria perigoso começar a passear pelos campos e juntar o que se imagina que sejam ervas úteis. Como observa com exatidão certo relato bíblico, algumas plantas são perigosas de se comer, mesmo depois de serem cozidas. (2 Reis 4:38-41) Assim, é melhor indagar num centro agrícola do governo ou numa farmácia vegetal, quanto a que ervas bem conhecidas podem ser cultivadas localmente. O tipo de solo e a quantidade de luz solar determinarão o que pode fazer. Se seu clima for moderado, é provável que verifique que as ervas da tabela anexa cresçam bem.

A maioria das plantas herbáceas gostam de lugares ensolarados. Em muitos climas, precisam ser cultivadas inicialmente em locais fechados, no outono, e então colocadas do lado de fora na primavera mais tépida.

Quaisquer embalagens já usadas de plástico constituem úteis “viveiros”. Faça alguns foros no fundo, encha o viveiro de terra boa e leve, e salpique um pouco de calcário de jardim nela Umedeça a terra e então coloque a semente em sulcos rasos na superfície. Cubra a semente com um pouco de terra seca; e comprima-a levemente. Deve-se colocar sobre o recipiente um pedaço de plástico ou vidro claro, sendo deixado até que as plantinhas rompam o solo.

Não fique impaciente demais ao esperar resultados. A salsa, para exemplificar, talvez leve de seis a oito semanas para mostrar quaisquer sinais de vida. Quando há cerca de quatro folhinhas em cada diminuta plantinha, coloque o receptáculo ao ar livre, por duas semanas, para deixar as plantas aclimatar-se às novas condições. Daí, podem ser transferidas para o canteiro externo.

Se não puder obter sementes, talvez possa obter mudinhas da planta de algum amigo, ou comprar plantas já estabelecidas. Estas, amiúde, podem poupar-lhe muito tempo e esforço. Ademais, se não possui qualquer pedaço de terreno para um jardim, não desista. É possível cultivar ervas em vasos numa sacada, em jardineiras de janela, ou até mesmo em interiores.

Ervas — um deleite “redescoberto”

Do correspondente de “Despertai!” na Nova Zelândia

A ANFITRIÃ saiu de sua diminuta cozinha e foi ao peitoril da janela. Ali, enquanto os convidados observavam, ela pegou várias folhas duma planta que ali crescia. Estas, segundo explicou, entrariam no molho do espaguete que saboreariam mais tarde, naquela noite. Logo os convidados examinavam mais de perto a sua “planta doméstica”. Era uma erva — o manjericão.

Ao passo que nem sempre cultivam as suas, em muitos países as pessoas assumem novo interesse pelas ervas. Mas, por que se dá tal “redescoberta”? Não têm sido usadas as ervas já por séculos?

Na verdade, os chineses e outros povos jamais deixaram de usar ervas. No entanto, duas tendências recentes, segundo se crê, aumentaram a demanda em favor de seu cultivo.

Primeiro, a gastronomia se torna cada vez mais popular e as ervas se acham, usualmente, entre os ingredientes dos pratos mais saborosos. Em segundo lugar, o interesse foi reativado pelas curas “populares” ou “caseiras”. Amiúde tais curas utilizam remédios compostos de ervas. Alguns argumentam que as ervas, de ação mais lenta, são mais “naturais” do que as potentes drogas da medicina moderna e que, assim, são mais seguras.

Na realidade, ao passo que tais “receitas médicas” remontam a séculos e amiúde são cercadas pela superstição, muitas plantas deveras contêm poderosas substâncias químicas. A casca do salgueiro contém o mesmo ácido que a aspirina, e a dedaleira produz a digitalina. Ainda assim, as pretensões de que muitos chás e cataplasmas de ervas fazem bem à saúde são amplamente debatidas, enfrentando o ceticismo nos círculos médicos.

Por outro lado, há quase que acordo unânime quando se trata de usar ervas na cozinha. Trazem novo sabor deleitoso a muitas receitas. Daí, há dois meios de se obter ervas — quer cultivando-as e armazenando as suas, quer comprando-as. Vamos considerar o enfoque da autoprodução.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Em chinês antigo, ambos os caracteres de k’uai tzu (ligeiros) eram escritos com a raiz da palavra bambu, sugerindo o material do qual os primeiros pauzinhos eram feitos.

Um pouco da história dos pauzinhos

Eruditos chineses acreditam que os primeiros pauzinhos eram usados para cozinhar, não para comer com eles. Enrolavam-se pequenos pedaços da comida crua em folhas e os pauzinhos eram usados para transportar pedras aquecidas para dentro do embrulho. Dessa forma, era possível cozinhar alimentos sem que o cozinheiro se queimasse! Mais tarde, eles começaram a ser usados para retirar partes da comida das vasilhas de cozimento.

No início, os pauzinhos eram feitos de madeira perecível ou bambu. Por causa disso, é quase impossível estabelecer com exatidão quando foram usados pela primeira vez. Alguns acreditam que remontam à dinastia Shang (do século 16 ao 11 AEC, aproximadamente). Um documento histórico datado de pouco depois da época de Confúcio (551-479 AEC) falava sobre ‘retirar’ os alimentos da sopa, indicando que alguma espécie de pauzinhos já era utilizada naquela época.

Provavelmente, já na dinastia Han (206 AEC a 220 EC), comer com pauzinhos havia se tornado uma prática comum. Em Changsha, província de Hunan, escavou-se uma sepultura dessa época e foram descobertos utensílios de copa laqueados, inclusive pauzinhos.

Japoneses, coreanos, vietnamitas e outros povos do Oriente também usam pauzinhos, em grande parte por causa da influência da cultura chinesa.

Etiqueta e pauzinhos

Se você for convidado para tomar uma refeição numa casa chinesa, é bom saber como se comportar à mesa, ou conhecer as regras de etiqueta. Primeiro, vários pratos são colocados no centro da mesa. Espere até que o anfitrião ou o chefe da família apanhe os pauzinhos e faça um sinal para o início da refeição. Esse é o momento apropriado para os convidados agradecerem o convite, apanharem os pauzinhos e começarem a comer.

Diferentemente de algumas refeições em estilo ocidental, não se passam os pratos pela mesa. Antes, adota-se o sistema self-service. Numa refeição em família, é muito comum os membros utilizarem seus próprios pauzinhos para pegar alimentos dos vasilhames onde foram servidos e introduzi-los direto na boca. Mesmo assim, é considerado falta de educação fazer barulho quando se introduz o alimento na boca, lamber a ponta dos pauzinhos, ou ficar procurando o pedaço favorito. As mães orientais ensinam os filhos a não morder a ponta dos pauzinhos, não só porque elas se preocupam com a higiene mas também porque estraga a aparência deles.

Por consideração aos convidados, às vezes são colocados à disposição colheres ou pauzinhos extras, que são usados para levar porções das travessas para outros pratos ou para a tigela de arroz de cada um. Ainda assim, não se ofenda se o anfitrião usar os pauzinhos para pegar um pedaço que ele mesmo escolheu e colocá-lo direto no seu prato. Afinal, ele quer certificar-se de que o convidado ilustre fique com o melhor pedaço!

Assim como não são boas maneiras ficar gesticulando com garfos e facas, o mesmo se dá ao usar os pauzinhos. Também não são boas maneiras apanhar outra coisa enquanto estiver segurando os pauzinhos, por isso, quando quiser servir-se usando a colher ou quiser apanhar o guardanapo ou a xícara, deixe primeiro os pauzinhos na mesa. Para esse fim, são colocados à disposição descansos pequenos e bonitos.

Quando tiver terminado, coloque os pauzinhos na mesa de maneira ordeira, relaxe e aguarde. É falta de educação deixar a mesa enquanto os outros ainda estão comendo. Mais uma vez, é o anfitrião ou o chefe da família quem encerra a refeição levantando-se e convidando todos a deixar a mesa.

Agora que já sabe como manuseá-los, tudo o que você precisa é arranjar os pauzinhos e praticar. Da próxima vez que alguém lhe convidar para tomar uma refeição chinesa, quer em casa quer num restaurante, por que não usar os “ligeiros”? Eles podem fazer a refeição ficar ainda mais gostosa.

Como manuseá-los

Turistas que visitam países orientais como China e Japão ficam fascinados de ver criancinhas talvez de dois ou três anos comendo com pauzinhos que parecem desproporcionalmente grandes. Elas conseguem levar rapidamente para a boca o conteúdo da tigela. Parece realmente fácil.

Quer tentar usar os “ligeiros”? A princípio, talvez você ache complicado usá-los, mas com um pouco de prática fica fácil e daí os pauzinhos se tornam como uma extensão da mão.

Deve-se segurá-los com apenas uma mão, em geral, a direita. (Veja as fotos na página 15.) Primeiro, dobre a mão em forma de “C” com o polegar afastado dos outros dedos. Apóie um dos pauzinhos na base do dedo indicador, entre o polegar e os outros dedos, e na ponta do dedo anular. Daí, coloque o outro paralelamente ao primeiro e o segure com o polegar e os dedos indicador e médio, como se fosse uma caneta. Nivele as pontas, encostando-as de leve na mesa. Agora, deixando o pauzinho inferior imóvel, mexa com o superior por flexionar os dedos indicador e médio para cima e para baixo. Pratique até que consiga juntar as pontas com facilidade. Agora você está pronto para usar estes instrumentos versáteis a fim de apanhar quaisquer pedaços deliciosos servidos na cozinha chinesa — de um único grão de arroz ao ovo de codorna! Os pauzinhos e a cozinha chinesa se complementam porque os alimentos são geralmente cortados do tamanho de bocados.

E os alimentos que não são cortados em pedaços, como frango ou pato inteiros, ou a ponta gorda do pernil? Normalmente a carne é muito bem cozida a ponto de se poder com facilidade separar bocados e comê-los. Os pauzinhos são ideais para peixes, comumente servidos inteiros; fica fácil separar a carne da espinha, tarefa um pouco difícil para quem usa garfo e faca.

E o arroz? Se a ocasião for informal, você pode apanhar a tigela com a mão esquerda, levá-la à altura dos lábios e usar os pauzinhos para lançar o arroz na boca. Já numa ocasião formal, você os utiliza para apanhar pequenas quantidades de arroz.

É possível tomar sopa também, visto que é um prato típico da cozinha chinesa? Em geral, fornece-se uma colher de porcelana, mas se na sopa houver também macarrão, bolinhos de massa, pedaços de legumes, carne ou peixe, use os pauzinhos na mão direita para pegar esses pedaços e a colher na mão esquerda para ajudar a levá-los até a boca.

Os “ligeiros”

Eles são hastes finas de 20 a 25 centímetros de comprimento. Da metade para cima, o formato é quadrilateral, tornando o manuseio mais fácil e evitando que eles rolem pela mesa. Da metade para baixo, eles são arredondados. Em geral, os pauzinhos usados no Japão são menores e mais pontudos do que os usados na China.

Hoje em dia, com a produção em massa, muitos restaurantes fornecem pauzinhos já embalados, unidos numa das extremidades. Na hora da refeição, deve-se separá-los antes de usá-los. Visto que são descartáveis, estes pauzinhos são de madeira rústica ou bambu, mas os utilizados em estabelecimentos mais finos ou mesmo em casa são mais bonitos — feitos de bambu polido, madeira laqueada, plástico, aço inoxidável e até mesmo prata e marfim. Eles podem até ter poesias gravadas ou ser decorados com pinturas.

Já tentou comer com “pauzinhos”?

DO CORRESPONDENTE DE DESPERTAI! EM TAIWAN

PELO ar de contentamento, é óbvio que aquela garotinha estava se deliciando com a refeição. Com a mão esquerda, ela segurava uma tigela de arroz cheia até a boca; havia também pedacinhos de legumes e de peixe. Com a mão direita, segurava dois pauzinhos. Ao manuseá-los com os dedinhos finos, a garotinha apanhava os pedaços prediletos e os levava à boca sem fazer sujeira. Às vezes, ela levava a tigela para perto dos lábios e, com rápidos movimentos do punho, lançava o arroz dentro da boca. Parecia tão natural, fácil e ordeiro.

O que a garotinha segurava na mão, é claro, são os famosos pauzinhos orientais. Em chinês, eles são chamados de k’uai tzu (transcrição fonética: kuaizi) que significa “ligeiros”. No Japão, eles são chamados de hashi. Pode-se encontrá-los em quase todo o Sudeste Asiático. Talvez tenha tentado usá-los quando foi a um restaurante oriental. Tem idéia de onde eles surgiram? Ou quando e como foram usados pela primeira vez? Gostaria de aprender a manuseá-los corretamente?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

“Inspecionamos” a Cozinha

“Gostaria de ver nosso principal utensílio de cozinha?”, perguntou nosso guia cortês.

Quando aceitamos com entusiasmo sua proposta, fomos conduzidos à cozinha onde ele nos mostrou uma panela chinesa (wok). Isto é uma grande frigideira redonda e funda. O fundo é redondo, ao invés de chato. Atrás deste utensílio havia uma torneira giratória que fornecia água para a lavagem da panela chinesa. Debaixo desta havia grandes bicos de gás que, em questão de segundos, podiam aquecê-la ao rubro. Observando a grande quantidade de temperos e de coadores de verduras e legumes ao alcance do cozinheiro-chefe, pude entender como ele combinava diversos pratos para uma refeição em menos de cinco minutos.

“As panelas chinesas, bem como a cozinha chinesa, ganharam tanto interesse nesta geração de pessoas de mentalidade internacional que se pode comprar uma na seção de aparelhos domésticos de quase qualquer loja grande. Mas uma panela de ferro de uso caseiro serve tão bem para cozinhar à moda chinesa”, disse nosso perito.

Tudo isto me alegrou por eu ter ampliado meu gosto pelas comidas. Que delícias culinárias eu vinha perdendo! Havia ainda muitos outros pratos que eu tencionava experimentar. Embora não seja um gastrônomo, talvez nunca mais eu seja indiferente a alimentos desconhecidos. Até mesmo pensei em pedir que minha esposa compre um livro de culinária chinesa!

“Quão bom é que você e sua família possam comer assim todos os dias”, comentei quando estávamos para nos despedir.

Nosso cozinheiro deu um grande sorriso ao replicar: “Comemos assim com freqüência, mas não todos os dias. Hoje, à noite, vamos ter lasanha ao forno, salada mista com molho e pão com alho. Está vendo, às vezes gostamos de variar.”

Agora Aqueles Deliciosos Pastéis de Primavera

“Se desejarmos fazer pastéis de primavera em casa, o que vamos precisar?”, perguntei, visto que havia notado que muitos dos que estavam jantando saboreavam esses antepastos.

“Talvez prefira comprar a massa de pastel numa mercearia oriental ou fábrica de macarrão”, disse nosso perito. “Obtendo essas ‘cascas’ para pastel de primavera, preparadas comercialmente, o trabalho de fazer os pastéis de primavera será reduzido. Do contrário, poderá fazer a massa como para panqueca fina. O recheio pode ser uma combinação de verduras frescas e carne ou camarão pré-cozido, temperado com óleo de gergelim, sal, açúcar, alho e pimenta em pó. A massa é dobrada com o recheio no meio e as extremidades são totalmente seladas passando-se ovo cru. Isto é em seguida frito em bastante óleo até ficar dourado.”

Vamos Fazer Arroz Frito

Gostei do arroz frito, e o cozinheiro não parecia relutante em revelar seus segredos, embora se esquivasse de ser específico quanto às proporções.

“Começa-se com arroz já cozido que esfriou, preferivelmente arroz dormido”, disse ele. “Primeiro, mexa alguns ovos e deixe-os de lado. Daí, frite algumas cebolas picadas em um pouco de óleo, mexendo até ficarem levemente douradas. Adicione alguns pedaços de carne, que pode ser carne de vaca, presunto, carne de porco, de galinha ou camarão. Se houver brotos de feijão disponíveis, tais podem ser adicionados e misturados neste ponto. Então, o arroz cozido é colocado nesta mistura apetitosa e é frito, mexendo-se sempre, até ficar bem misturado e totalmente quente. Acrescenta-se molho de soja a gosto. Isto tempera o arroz e lhe dá uma cor dourada. Adiciona-se um pouco de açúcar — não para adoçar, mas para contrabalançar o sal do molho de soja. Para dar uma cor mais escura ao arroz, a maioria dos restaurantes chineses usa melado, mas este não é um ingrediente necessário. A seguir, os ovos mexidos são colocados na mistura de arroz e, por fim, um pouco de cebolinha picada.”

“É isto algo que a dona-de-casa chinesa costuma preparar?”, perguntei.

“Sim”, replicou nosso anfitrião, “mas, na realidade, isto nunca seria servido a convidados, porque se originou de uma tentativa de combinar resto de arroz com outras sobras. Para os convidados, considera-se apropriado só arroz recém-cozido para acompanhar uma refeição chinesa. Contudo, hoje o arroz frito se tem tornado perfeitamente apresentável e é servido em restaurantes chineses em todo o mundo.”

Uma Aula de Culinária Chinesa

“Na cozinha chinesa”, explicou ele, “a carne é muitas vezes combinada com verduras e legumes. A carne dá sabor às verduras e estas enfeitam a carne. Visto que não se come comida chinesa com garfo e faca, mas com pauzinhos, os pedaços são do tamanho de um bocado.

“É caraterístico também o uso de muito tempero. Para se preparar bife com pimentão, a carne (preferivelmente fraldinha) é picada em pedacinhos compridos e deixada de molho num pouco de vinho com molho de soja e açúcar. Isto é frito, mexendo-se, até ficar mal cozido, sendo então retirado da panela. A seguir, a cebola e os pimentões são fritos, mexendo-se, junto com pedaços de alho recém-picados. Adiciona-se uma pequena quantidade de vinho, junto com um pouco de caldo de carne ou água. Daí, tampa-se e deixa-se refogar por alguns minutos. Adicionam-se açúcar e molho de soja a gosto, e o caldo é engrossado para se fazer um molho por se acrescentar maizena dissolvida em água fria. Finalmente, a carne cozida é colocada de volta na mistura de verduras, daí, mexe-se tudo.

“Na realidade, a pessoa pode preparar muitos pratos de diferentes carnes e hortaliças seguindo o mesmo processo. Outros pratos chineses podem levar raiz de gengibre, óleo de gergelim ou molho de ostra como tempero.”

Nosso anfitrião explicou que, amiúde na preparação de verduras e legumes com carne para pratos chineses, se mantém aproximadamente uniforme o tamanho e a forma dos principais ingredientes. Para gui pan, que significa “filé de frango”, os legumes e verduras são também cortados em fatias. Há pratos chineses em que tudo é cortado em cubos. Por exemplo, isto se dá com o sub gum chow mein. Outro prato, o yuk soong, requer que tudo seja picadinho bem fino. No chow har kew, um prato feito de camarão, as verduras e legumes são em pedaços grandes.

Descobrindo a comida chinesa

UM HOMEM chegado a “carne e batatas”. É o que sempre fui. Encomendava em restaurantes sempre pratos que eu conhecia desde a infância. Certo dia, porém, fui persuadido a comer alimento preparado à moda chinesa e, para minha surpresa, gostei.

O prato que havia escolhido era bife com pimentão. Visto que os ingredientes principais são carne de vaca, pimentões verdes e cebola — alimentos não necessariamente exóticos — a pessoa se pergunta o que o faz ser um prato chinês. Fiz essa mesma pergunta ao cozinheiro amigável que preparava as dezenas de pratos cantonenses alistados no cardápio.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Sopas e Molho de Limão

Não raro a sopa é o prato principal e é tomada junto com pedaços de pão e a típica salada grega. As sopas de feijão, de ervilha e de lentilhas são populares. Uma sopa favorita é a soupa avgolémono — uma sopa de galinha temperada com limão. É agora popular entre pessoas em várias partes do mundo.

Uma receita fácil para esta sopa de galinha com limão é: Lave meia xícara de arroz em água tépida e deixe de molho por quinze minutos, então escoe. Faça ferver seis xícaras de caldo de galinha. Acrescente o arroz e cozinhe em fogo brando por quinze minutos. Tempere com sal e pimenta.

Prepare agora o molho de limão e ovo por tomar dois ovos e bater bem as claras. Certifique-se de que fiquem espessas. Em seguida, derrame brandamente as gemas nas claras e bata-as mais. Daí, adicione duas colheres de sopa de suco de limão e bata gradualmente. Adiciona-se gradualmente cerca de uma xícara do caldo não muito quente, agitando continuamente para evitar que coalhe. Adicione o restante do caldo, mexendo continuamente, com o fogo apagado.

Esta ótima sopa pode ser feita de vários modos. Alguns cozinheiros gostam de fazer seu próprio caldo de galinha, das costas e das asas da galinha. Também, alguns preferem fazer a sopa com uma cebola picada, um talo de aipo, cortado, e duas cenouras, cortadas em pedaços.

Salada Grega

A típica salada grega é feita de legumes crus, e poderia incluir verduras, hastes de aipo cortadas bem finas, pepinos em rodelas, uma cebola cortada bem fina, tomates cortados ao comprido, um pimentão verde em rodelas, rabanetes e salsa.

A salada é colocada numa travessa grande, e vai aumentando até um ponto alto no centro. Primeiro, colocam-se folhas grandes de alface na travessa. O resto da alface é picado e amontoado no centro. Outros legumes são adicionados ao monte.

Quanto ao tempero da salada, orégano, sal e pimenta podem ser adicionados, junto com um molho de azeite de oliva e suco de limão (ou de vinagre, se preferir). Para uma travessa grande, cerca de um terço de uma xícara de azeite de oliva poderá ser usado, junto com o suco de um limão. A salada é enfeitada com enchovas, azeitonas pretas e pedacinhos de um queijo branco chamado feta, um queijo macio e salgado feito de leite de cabra e que se esfarela facilmente e dá à salada um sabor ímpar. (Pode-se substituir o feta com pedacinhos de queijo azul.)

Alimentos Gregos Típicos

Os gregos têm, como talvez saiba, uma carne favorita — a de carneiro. Em algumas casas gregas, virtualmente a única carne esfoladiça usada é a de carneiro. Usa-se às vezes a vitela, mas está em segundo lugar; a carne de vaca vem em terceiro lugar e a de porco raramente é usada.

Galinha é outro prato favorito dos gregos, e seria difícil imaginar sua cozinha sem arroz.

Os pratos de peixe são populares e usualmente são feitos com azeite de oliva, alho, cebola e tomates, sendo servidos com limões partidos ao meio. Polvos e lulas, além da variedade usual de peixes, são muito apreciados pelos gregos.

Entre os legumes, o feijão (tanto seco como o fresco) e a beringela são os preferidos. Visto que é limitada a oferta de carne, usa-se a beringela de forma extensiva — cozida à la braise, assada, frita, recheada e reduzida a um purê.

Uma das caraterísticas de se cozinhar legumes, bem como a carne, à moda grega, é o uso de tomates e de massa de tomate, com cebolas e/ou alho como tempero.

A cozinha grega não leva muita pimenta. Ao invés, o cozinheiro amiúde tempera o alimento com orégano, hortelã, manjericão doce, folhas de louro, gergelim e salsa. Uma pitada de canela dá um sabor sutil, mas distintivo, aos pratos gregos de carne.

Os limões desempenham grande papel. Com efeito, poucos temperos são tão tipicamente gregos como o molho de ovo e suco de limão que dá acre cremosidade a vários pratos e sopas. A dona-de-casa usa suco de limão em quase tudo que serve. Nas saladas, o suco de limão é usado ao invés de vinagre. Os gregos quase sempre cozinham seus alimentos em azeite de oliva, e este azeite também é freqüentemente usado para temperar o alimento preparado.

Preparar comida à moda Grega

“VAI, come o teu alimento com alegria”, escreveu o sábio Rei Salomão. (Ecl. 9:7) E, sem dúvida, o alimento delicioso contribui para o prazer que se tem na vida. As donas-de-casa em todo o mundo sabem disto, e muitas fazem questão de procurar meios mais interessantes de preparar refeições.

Alguns países têm culinária especializada, e as pessoas de outros países podem aprender disto, assim conseguindo maior variedade em suas refeições. Às vezes, novas receitas podem ajudar a dona-de-casa não só a obter maior variedade nas refeições mas também a esticar o orçamento alimentar, uma necessidade nestes dias de crescentes preços dos alimentos.

Uma espiada no modo grego de cozinhar pode fornecer-lhe interessantes receitas. Exatamente o que distingue a culinária grega? Que alimentos são preferidos e como são preparados,

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sugestões Para o Preparo

O que faz com que os picles agradem ao paladar? Bem, isso depende de você. A adição ou não de ervas e condimentos fica em grande parte ao seu critério. Entretanto, a proporção de sal e de vinagre para a quantidade de hortaliças, segundo indicada na receita, deve ser observada com exatidão para a obtenção de bons resultados.

Que espécie de sal deve usar? Não use sal de cozinha para fazer seus picles, visto que causa a formação de líquido turvo e o iodo do sal iodado faz escurecer os picles. Use apenas sal para picles ou sal puro granulado.

É melhor usar sidra ou vinagre de boa qualidade de 4 a 6 por cento de acidez. Nunca use menos vinagre do que a receita pede. Se achar que é muito azedo, adicione mais açúcar. Acrescenta-se muitas vezes alúmen aos picles para conservá-los firmes, mas as folhas de uva produzem o mesmo efeito.

É desnecessário dizer que quanto mais superfície cortada houver nas hortaliças, tanto mais rápido o gosto penetrará. E, seja lembrado, não se deve exagerar nos temperos. É melhor errar por colocar menos, visto que não é possível tirar o excesso!

Em alguns países, as pessoas comem picles antes duma refeição para aguçar o apetite e para a formação dos sucos gástricos. Os japoneses dizem que os picles são uma excelente ajuda para a digestão e que devem ser saboreados no fim de cada refeição, inclusive no desjejum. Mas, independente de quando ou por que são servidos, quase toda pessoa no mundo inteiro gosta por natureza de algo com sabor picante, ardido, azedo e condimentado.

Picles de Pepinos

Nos Estados Unidos, o tipo mais comum de picles de hortaliças é sem dúvida feito de pepinos. Há centenas de deliciosas receitas para picles de pepinos. Muitas famílias possuem sua própria receita transmitida de uma geração para outra.

Entretanto, eis uma receita simples que pode ser adaptada para uso em qualquer parte do mundo. Usando só pepinos pequenos, frescos e firmes, deixe-os de molho em água fria por uma noite, daí, enxugue-os. Coloque os pepinos num barril de madeira ou numa grande vasilha de barro ou de vidro. Coloque dentro junto com os pepinos algumas folhas de groselheira-preta, de cerejeira-negra, sementes de mostarda e raminhos de endro. Usando proporcionalmente cerca de 113 gramas de sal para 4,7 litros de água, ferva suficiente água para cobrir os pepinos e a tábua que serve de tampa.

Quando a água esfriar, despeje-a sobre os pepinos. Cubra primeiro com um pano de algodão, depois com a tábua e coloque em cima disso uma pedra limpa. Conserve a vasilha num lugar moderadamente quente por cerca de uma semana, daí, transfira-a para um lugar mais fresco. Os picles ficam prontos em cerca de 10 dias a duas semanas. Retire e lave a pedra e as coberturas mais ou menos uma vez por semana, limpando a superfície da água, retirando a espuma e o bolor.

A Preparação dos Picles

A história dos picles remonta aos persas. Portanto, vejamos como os iranianos dos tempos atuais preparam os picles. Para você mesmo os fazer, precisará de seis nabos brancos, duas beterrabas pequenas, duas xícaras e meia (0,7 l) de água, uma xícara e meia (0,4 l) de vinagre branco, duas colheres e meia das de chá (12 ml) de sal e quatro dentes de alho. Corte cada nabo em tiras ou fatias do comprimento de um dedo, e deixe-os de molho em água a noite inteira. Lave-os e deixe escoar. Coloque-os numa jarra de vidro com as beterrabas e os demais ingredientes, e tampe. Deixe ficar em temperatura ambiente por três dias. Sirva-os meio gelados. (Em vez de nabos, poderá usar couve-flor, aipo, cenoura ou berinjela escaldada, descascada e cortada em fatias.) Notará que esses picles não só serão deliciosos, mas belos à vista, pois as beterrabas tingirão os nabos de cor-de-rosa. Usando a mesma receita, poderá fazer picles à moda indiana, adicionando uma colher (5 ml) das de chá de sementes de mostarda esmagadas, uma colher das de sopa (15 ml) de caril em pó uma ou duas colheres das de chá (5 ou 10 ml) de pimenta malagueta em pó uma pitada de gengibre em pó e meia xícara (0,1 l) de açúcar mascavo.

Talvez os mais conhecidos picles do Japão sejam os picles umeboshi, ou picles de ameixa. Os picles de ameixa são servidos no desjejum com arroz quente e sopa de pasta de soja.

Gostaria de fazer esses picles? Então, tome quatro quilos de ameixas verdes sem defeitos, 800 gramas de sal e 400 gramas de folhas vermelhas de shiso. No Japão, começamos a fazer umeboshi em junho. Comece por deixar as ameixas de molho em água por uma noite. Retire a água e acrescente o sal. Coloque as ameixas numa vasilha de barro ou numa jarra de vidro, cubra com tampa e coloque um peso bem leve em cima. O caldo subirá aos poucos até a tampa. Em julho, as folhas de shiso estão no ponto de poderem ser usadas. Esfregue sal nelas com as mãos para remover o primeiro sumo das folhas. A seguir, coloque as folhas dentro do caldo com as ameixas e comprima-as. Deixe que as folhas permaneçam em cima das ameixas por cerca de um mês, ou até que a cor vermelha das folhas penetre até o centro das ameixas. Depois, retire as ameixas, as folhas, e seque-as ao sol por três dias. Toda noite, coloque de novo as ameixas dentro do caldo. O objetivo de secá-las ao sol é para melhorar a cor dos picles. Depois de três dias, coloque de novo as ameixas no caldo por mais 10 dias, após o que poderá retirar a maior parte do caldo. O caldo que sobra poderá ser usado para fazer picles de nabos, de rabanetes ou de gengibre, se quiser.

Picles para agradar a seu paladar

Do correspondente de “Despertai!” no Japão

PICLES! Quando ouve a palavra “picles”, o que visualiza em sua mente? Quem mora no Japão visualiza um longo rabanete amarelado, cortado em fatias e servido como sobremesa! Quem mora nos Estados Unidos pode imaginar o que Thomas Jefferson tinha em mente quando escreveu: “Num dia quente, na Virgínia, não conheço nada que dê mais bem-estar do que um excelente picle condimentado, retirado, como se fosse uma truta, do fundo cintilante daquela jarra aromática, embaixo da escada, no porão da tia Sally.”

A maioria de nós pensamos em picles na forma de frutas e legumes. Em Yukon, no Canadá, porém, pensaria em rena, em alce americano, ou em urso preparados como picles em vinagre e em vinho branco. Os havaianos fazem picles com salmão, em sumo de limão com cebola e tomate. Depois de ficar uma hora e meia na geladeira, está pronto para se comer. Os japoneses fazem picles de peixe cavala cru, deixando-o em vinagre e sal por três horas, daí, servem-no com acompanhamento de rabanete e de gengibre ralados, vinagre e molho de soja. Está com água na boca?

Como tornar o alimento mais seguro

COMER aparentemente não é uma tarefa arriscada. Bem, algumas estatísticas parecem contradizer essa afirmação. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 130 milhões de pessoas que vivem na Região Européia da OMS são afetadas anualmente por doenças transmitidas por alimentos. Só no Reino Unido, relataram-se mais de 100.000 casos de intoxicação alimentar — que causaram cerca de 200 mortes — em 1998. Calcula-se que nos Estados Unidos, todo ano, 76 milhões de pessoas contraiam doenças transmitidas por alimentos e dessas, 325.000 são hospitalizadas e 5.000 acabam morrendo.

É difícil conseguir estatísticas confiáveis em âmbito global. Mas a OMS relata que, em 1998, aproximadamente 2,2 milhões de pessoas — das quais 1,8 milhão eram crianças — morreram de doenças diarréicas. O relatório afirma: “Grande parte desses casos pode ser atribuída à contaminação do alimento e da água.”

Esses dados são impressionantes. Mas será que as estatísticas devem deixá-lo em pânico quanto à segurança do seu alimento? Provavelmente não. Veja outro exemplo. Na Austrália, anualmente há cerca de 4,2 milhões de casos de doenças transmitidas por alimentos, ou cerca de 11.500 casos por dia! Bem, isso parece muita coisa. Mas vamos analisar a questão de outro ângulo. Os australianos tomam cerca de 20 bilhões de refeições por ano; dessas, menos de um cinqüenta avos de 1% causam doenças. Em outras palavras, o risco envolvido em cada refeição é muito baixo.

Mas o risco existe e é bem grave. Por que os alimentos causam doenças e o que fazer para reduzir os riscos?

Compulsão Alimentar

Assim como a pessoa bulímica, quem sofre de compulsão alimentar consome uma grande quantidade de comida. A diferença é que ela não procura se livrar do que comeu, e, por isso, pode acabar ficando acima do peso. Algumas pessoas, porém, se obrigam a passar fome ou fazem exercícios rigorosos depois que comem compulsivamente. Às vezes, quando o peso é controlado, nem familiares nem amigos se apercebem da situação difícil pela qual essa pessoa está passando.

Assim como os anoréxicos e os bulímicos, quem sofre de compulsão alimentar tem uma atitude doentia em relação à comida. Uma moça diz o seguinte sobre ela mesma e sobre outros que sofrem desse distúrbio: “A comida é o nosso amigo pessoal e secreto — talvez o nosso único amigo.” Outra jovem diz: “Enquanto como compulsivamente, parece que nada mais tem importância. Só a comida é que importa — é o que me consola —, mas depois de comer muito, logo vêm os sentimentos de culpa e a depressão.”

Comer compulsivamente é perigoso mesmo que a pessoa não se livre do que ingeriu. Pode levar a pessoa a sofrer de diabetes, hipertensão arterial, doenças cardíacas e outros problemas de saúde. Além disso, pode causar um grande prejuízo emocional.

Bulimia

Em vez de evitar comer, a jovem que sofre de bulimia come em excesso, chegando a consumir até 15 mil calorias em apenas duas horas! Depois ela põe para fora o que comeu, normalmente fazendo isso por provocar o vômito ou por tomar laxantes ou diuréticos.

Na maioria das vezes, a pessoa come dessa forma exagerada às escondidas. Uma moça diz: “Após as aulas, se eu fosse a primeira a chegar em casa, costumava comer compulsivamente. Eu tinha cuidado para que ninguém descobrisse.” Depois de comer assim, porém, ela ficava com sentimentos de culpa. Ela diz: “Eu me sentia péssima comigo mesma, mas sabia que poderia facilmente desfazer o estrago. Era só ir ao banheiro e vomitar. Assim me sentia não só aliviada, mas também no controle da situação.”

Tomar laxantes ou forçar o vômito é perigoso, não importa as aparentes vantagens. O mau uso de laxantes enfraquece a parede intestinal e pode levar a inflamações e a infecções. Vomitar com freqüência pode resultar em desidratação, cáries, danos no esôfago e até em insuficiência cardíaca.

▪ ANOREXIA.

Por mais esbelta que seja, quando uma moça que sofre de anorexia se olha no espelho, ela vê uma pessoa obesa. Para perder peso, toma medidas drásticas. “Fiquei obcecada em contar calorias”, diz uma jovem com esse distúrbio. “Eu planejava cuidadosamente o que ia comer durante a semana, deixava de tomar certas refeições e fazia exercícios em excesso sempre que achava ter ingerido calorias demais. Cheguei a tomar até seis laxantes por dia.”

Em pouco tempo, começaram a aparecer sintomas de anorexia. A perda de peso é um dos indícios típicos, mas quem tem esse problema também pode sofrer de queda de cabelo, pele seca, fadiga e perda da densidade óssea. Os períodos menstruais podem se tornar irregulares ou até mesmo cessar por vários meses consecutivos.

Talvez esses sintomas não pareçam graves, mas não se engane — a anorexia põe a vida em perigo. Um estudo descobriu que, com o tempo, até 10% dos que sofrem de anorexia morrem por causa desse distúrbio, muitas vezes em resultado da falência de algum órgão ou de outros problemas relacionados com a má nutrição.

Será que tenho um distúrbio alimentar?

“Às vezes, quando me sento para comer, fico nervosa e começo a tremer. Tenho medo de engordar. Fico pensando: ‘Tenho de perder mais dois quilos.’” — Melissa.

“Quero ser atraente e morro de medo de ficar gorda. Mas não quero que ninguém saiba que eu provoco o vômito depois de comer. Sinto muita vergonha disso.” — Amber.

“Eu falo para mim mesma: ‘ . . . Hoje vou conseguir resistir . . . ’ Só que no mesmo dia, acabo comendo compulsivamente. Daí, fico com sentimentos de culpa, e com vontade de morrer.” — Jennifer.

VOCÊ quer ter uma boa aparência, e isso é normal. Quer sentir alívio de sentimentos de ansiedade ou de depressão. Também não há nada de errado nisso. Mas se você se sente como uma dessas jovens mencionadas aqui, é possível que tenha um problema. Se esse for o caso, você não está sozinha. Na verdade, milhões de jovens — a maioria moças — têm um distúrbio alimentar.

Falaremos agora em detalhes sobre anorexia, bulimia e compulsão alimentar. Cada um desses distúrbios tem sintomas próprios, mas todos eles envolvem uma atitude anormal em relação à comida. Se você se identificar com alguma das descrições que se seguem, pode ter a certeza de que há ajuda disponível. Você pode se curar!

Quase dá para comer!

Do redator de Despertai! no Japão

VOCÊ olha fascinado para o que parece ser um prato delicioso. Ele desperta seu apetite e você fica com água na boca. Mas o estranho é que essa “comida” não tem aroma, sabor ou valor nutritivo. Ela nunca vai estragar e não precisa ficar na geladeira. Do que estamos falando? No Japão, só pode ser de uma coisa — um modelo plástico de comida. Comida de plástico é uma réplica de vinil de algum item encontrado no cardápio de um restaurante. É produzida no mesmo tamanho, forma e cor do item verdadeiro.

Essas amostras de comida existem em várias formas — dos tradicionais pratos japoneses, tais como sushi, aos pratos ocidentais prediletos, como pizza e macarronada. Também há réplicas de bebidas, aperitivos e sobremesas. A variedade é enorme! De fato, certo fabricante oferece mais de dez mil itens diferentes de comida.

A comida de plástico parece de verdade. Detalhes como a aparência crocante da pele de um frango assado, uma fatia de melancia com suas sementes posicionadas de modo irregular e a leve curvatura numa folha de alface são perfeitamente imitados. Mas como a comida de plástico se tornou tão popular em restaurantes no Japão?

No fim do século 19, alguns restaurantes começaram a expor suas amostras de comida estrangeira para o público japonês. Assim, as pessoas que passavam em frente ao restaurante podiam ver como era a comida sem precisar entrar. É claro que essas amostras atraíam não só pessoas mas também insetos e animais. A comida estragava devido ao calor e à umidade e por isso ficava caro preparar esses pratos todos os dias.

Com o tempo, essas amostras de comida de verdade foram substituídas por réplicas de cera pintada. Mas a cera tinha a grande desvantagem de deteriorar com clima quente e acabou sendo substituída pelos plásticos de vinil. Este era finalmente um produto durável, capaz de resistir ao calor e, ao mesmo tempo, atrair apenas o tipo certo de cliente — pessoas! Mas como as réplicas de plástico são produzidas?

O que se faz primeiro é um molde da comida. Por exemplo, um bife é colocado num recipiente quadrado. Enche-se o recipiente com silício até que o bife fique completamente imerso. Depois que o molde endurece, ele é virado e o bife é retirado, deixando seu formato impresso. Em seguida, vinil colorido é despejado dentro do molde e levado ao forno a 82 graus Celsius. Depois de esfriado, a imitação de bife é retirada e já pode ser pintada.

Para fazer um sanduíche, cada componente — pão, carne, queijo e alface — precisa ser moldado separadamente. Depois disso, o processo é similar ao de preparar um sanduíche de verdade. Os itens são colocados um em cima do outro entre as fatias de pão. No caso do sanduíche de plástico, porém, é uma cola que segura os ingredientes juntos.

Em certo sentido, fabricar comida de plástico é uma forma de arte. “A chave para fazer com que comida de plástico pareça real é examinar cuidadosamente comida de verdade”, diz Katsuji Kaneyama que trabalha na área há cerca de 23 anos. “As pessoas encaram o alimento como algo a ser consumido. Nós o encaramos como algo a ser fabricado.”

Ao olhar com atenção uma tigela de arroz japonês que acabou de ser feito percebemos que os grãos individuais parecem se destacar uns dos outros. Todo o arroz “fica junto, formando um montinho uniforme no meio da tigela”, explica Kaneyama. Para criar esse efeito, cada grão precisa ser moldado separadamente. Apenas juntar os grãos não seria suficiente pois eles não formariam o montinho. Por isso, os grãos precisam ser cuidadosamente colados numa posição que imite a aparência do arroz verdadeiro. Esse toque realista torna a comida atraente até para as pessoas mais detalhistas.

São necessários anos de experiência para se tornar um especialista em fabricar comida de plástico. Um aprendiz pode levar alguns anos para assimilar as técnicas básicas, começando com os itens mais simples, como cogumelos. Demora cerca de dez anos de estudo para se conseguir fazer uma réplica convincente de peixe fresco, com suas complexas texturas e cores, e até 15 anos para alguém ser considerado um perito na área.

Se você passar por um restaurante no Japão e se deparar com pratos de dar água na boca, lembre-se do trabalho meticuloso que foi empregado na sua fabricação. É bem provável que fique em dúvida sobre o que exige mais habilidade — preparar comida de verdade ou fazer uma imitação de plástico!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Estrombo frito (apresentado abaixo)

Sandra, esposa e mãe, é uma moradora local que descreve como ela prepara deliciosos estrombos fritos. “Primeiro, amacie bem o molusco. Passe-o então na farinha de trigo temperada com sal e pimenta, e depois passe-o numa mistura mole de ovos e farinha. Frite o estrombo em óleo bem quente até dourar. Deixe escorrer em papel-toalha e acrescente sumo de limão.”

Esse prato geralmente é servido acompanhado de batatas fritas e muito ketchup ou ervilhas e arroz. O estrombo frito pode também ser saboreado com molho tártaro. Exporta-se estrombo congelado, portanto talvez você o encontre em sua localidade. Por que não o experimenta? É bem provável que vai gostar!

Petisco de dar água na boca

Quando a refrigeração ainda não era muito comum aqui, desidratava-se o estrombo para conservá-lo. Primeiro era amaciado, batendo-se nele com um martelo. A carne era então pendurada ao sol por alguns dias para secar, ou curar. Antes de ser cozida, era mergulhada na água durante algumas horas para amaciar. Muitos ainda apreciam o sabor do molusco conservado dessa maneira.

Um dos pratos favoritos dos moradores e dos turistas é salada de estrombo, que pode ser chamada de sushi de estrombo. Sim, ele é consumido cru. A carne é separada da concha e cortada em bocados que são misturados com aipo, pimentão verde, pimenta, cebola e tomate. Acrescenta-se sal, limão e sumo de laranja. Se você sente arrepios só de pensar em comer frutos do mar crus, há uma variedade de receitas com estrombo cozido. No entanto, aqui cabe uma palavra de cautela: antes de cozinhar esse molusco, deve-se amaciá-lo com o martelo. Senão vai ficar duro, parecendo uma borracha.

O estrombo pode ser cozido no vapor, guisado, processado ao sol, grelhado, frito; pode ser usado para fazer hambúrgueres, cozido com arroz ou colocado na sopa — a lista é longa. Bolinhos fritos e sopa de estrombo são freqüentemente servidos como entrada ou aperitivos. Receitas básicas de como preparar esses pratos têm sido passadas de uma geração a outra. Então, quando você visitar as belas ilhas das Bahamas, não volte para casa sem provar um prato de estrombo. Você vai sentir o verdadeiro sabor das ilhas!

Especialidade Nipônica

Uma especialidade nipônica é nabe ryori, ou “cozinhar na panela”. O cozimento é feito numa caçarola ou panela sobre um fogareiro no centro da mesa. Legumes e carne são cozidos num caldo, todos tiram pedaços da única caçarola usando seus próprios fachis.

Um tipo de nabe ryori é chamado mizutaki. Para fazê-lo, usamos uma caçarola de boca larga, com cerca de quinze centímetros de fundo. Na caçarola, precisamos primeiro fazer um caldo de algas marinhas, atum seco, ou de cogumelos quer frescos quer secos. Se não houver disponíveis estes, o caldo de carne com legumes serve. O caldo não deve ter sabor forte, pois, do contrário, neutralizará o sabor dos legumes a ser adicionados mais tarde. Pode-se adicionar sal.

Os legumes usados comumente são a couve-da-china, cebolas quer redondas quer as cebolinhas, cogumelos longos ou redondos, e qualquer tipo de verdura que cozinhe rápido, tal como espinafre cru. Se houver disponível, adiciona-se o tofu. Carne, tal como de porco, de vaca ou de galinha, ou até mesmo peixe branco em fatias bem finas, pode ser usada também. Todos os legumes e carnes devem ser cortados e arranjados de forma atraente nas travessas.

Quando o caldo estiver fervendo, um pouco tanto de legumes como de carne é adicionado de forma que cative os olhos. Daí, quando algo fica bem cozido segundo o gosto duma pessoa, ela retira da caçarola com seus próprios fachis, e a anfitriã coloca um pouco mais de legumes para ocupar seu lugar. Desta forma, há uma caçarola contínua de carne e legumes que cozinham. Os legumes e a carne quentinhos são mergulhados numa mistura de molho de soja, suco de limão ou vinagre e rabanete ralado. Que forma descontraída e gostosa de se comer! Pelo menos nós, aqui no Japão, assim pensamos.

No entanto, sem considerar o país em que se viva ou que tipo de cozinha se prefira, há um elemento importante para a boa cozinha em toda a parte. Este é o amor, que motiva a pessoa a desejar preparar algo delicioso e nutritivo para a sua família. Talvez chegue a ocasião em que, por amor, deseje tentar agradar ao paladar de sua família do modo japonês. Se experimentar, talvez descubra que gostem disso.

A Principal Refeição do Dia

As refeições da manhã e do meio-dia são usualmente um tanto leves; no entanto, a refeição noturna é uma que todo o mundo aguarda. É tempo para que nossa família passe momentos junta, falando sobre as atividades do dia. Nesta refeição, comemos devagar, realmente saboreando-a. E, para muitos nipônicos, é tempo de deliciar-se com um pouco de sake ou vinho de arroz.

À medida que a família espera, a mesa começa a ficar cheia com uma variedade de tigelinhas, pires e pratos para cada pessoa. O que há em todos esses pratos?

Uma tigelinha contém arroz quente, fumegante; outra tem a sopa miso. Há uma tigelinha que contém algas marinhas cozidas no vapor, com molho de pasta miso e diminutos peixinhos inteiros. Outro prato tem várias variedades de rabanete em picles; ainda outro tem o tofu. Também, há um prato de peixe seco e cozido, inteirinho com a cabeça, olhos e rabo. Como regalo especial, há uma travessa de peixe cru, polvo e lula em fatias — todos constituem iguarias para o jantar.

A mesa fica apinhada, mas a família continua ajustando e reajustando as tigelinhas até que todas caibam nela. Aqui está um pratinho para o molho de soja, que é essencial em todas as refeições, e para cada um há uma pequena chávena sem asa para o chá verde. Comer de uma variedade de tigelas, tirando um bocado daqui, outro dali, e temperando tudo com um punhado de arroz e um gole de chá pode ser uma verdadeira delícia.

Preparação do Jantar

A maioria das donas-de-casa japonesas compram cada dia seu alimento fresco. Assim, por volta das 16 horas, a dona-de-casa pára o que está fazendo, apanha sua bolsa de compras e dinheiro, e, mesmo sem tirar seu avental, dirige-se aos mais próximos estabelecimentos de legumes e de peixes. Amiúde vai a várias quitandas diferentes, onde os legumes talvez tenham preços razoáveis. Muitas donas-de-casa preferem os estabelecimentos pequenos aos modernos supermercados.

De volta em casa, um som de diapasão alto pode ser ouvido cada vez mais elevado. Sem dúvida, ali vem um homem tocando uma corneta ao pedalar sua bicicleta. Sua frágil bicicleta está tão empilhada de bandejas que a pessoa chegaria a pensar que ele corria perigo de virar. Traz à porta da casa importante item de comida japonesa — tofu, ou bolo de pasta de feijão. Pode ser descrito como geléia de soja, ótimo complemento para um jantar.

Na cozinha, a refeição é preparada de forma simples, mas dá-se atenção a torná-la atraente aos olhos.

Alimentos Típicos Japoneses

A alga marinha é um sabor muito básico em nossa cozinha japonesa, e amiúde faz parte da dieta diária, de uma forma ou de outra. É geralmente secada e usada como base para deliciosas sopas, ou é usada para fazer uma variedade de sushi enrolados.

Também, serve-se usualmente peixe cada dia, de uma forma ou de outra. Visto que nosso país se acha cercado do mar por todos os lados, pode-se entender a proeminência dos alimentos marinhos na dieta japonesa. Vários tipos de peixes são secados e usados para se fazer sopas, ou colocados sobre uma chama até que fiquem bem tostadinhos.

O peixe cru é especialmente delicioso, pelo menos para nosso paladar. A família mediana compra peixe fresco cortado, da peixaria próxima. O peixe em geral é mergulhado em molho de soja e temperado com rábano picante. Alguns dos tipos mais comuns são a carpa, o atum, o bonito, e linguado.

Quando alguns pensam inicialmente em comer peixe cru, talvez não lhes pareça apetitoso. No entanto, quando se vê o peixe disposto atraentemente numa travessa, cortado em fatias finas e acompanhado de lindo arranjo de legumes, torna-se muitíssimo atraente, até mesmo para alguém que nunca o provou antes.

Ao passo que o arroz é básico para nossa dieta, há também vários tipos de talharins populares entre os nipônicos. São cozidos brevemente num caldo de molho de soja, vinho doce de arroz, e, talvez, com alguns legumes. A sopa é servida numa tigela, e é comida com fachis. Alguns parecem achar que o talharim fica muito mais gostoso quando comido bem depressa e com barulho de chupá-lo.

O condimento favorito da cozinha japonesa é o molho de soja, amiúde com a adição de açúcar. O molho de soja realça o sabor do alimento, e sendo feito de soja, trigo e sal, tem muito valor nutritivo. Os alimentos cozidos em molho de soja, com a adição de açúcar, podem ser preservados por mais tempo que os alimentos cozidos apenas em molho de soja.

“Sushi”, Prato Popular

Pode-se melhor descrever o sushi como arroz temperado que é modelado. Numa grande travessa, colocamos seis xícaras de arroz cozido, misturamos meia xícara de vinagre, duas colheres e meia de chá de sal e três colheres de sopa de açúcar. Adiciona-se pouco a pouco a mistura de vinagre ao arroz, enquanto que, ao mesmo tempo, uma colher ou espátula de madeira é usada para misturá-lo ao arroz num movimento de corte. Nessa ocasião, é boa idéia abanar o arroz para esfriá-lo, de modo que seja mais fácil de lidar.

Agora, quando já está bastante frio, as mãos são lavadas com a mistura de vinagre que sobra, e um punhado de arroz é tomado em uma das mãos. Daí, com os dedos indicador e médio da outra mão, modela-se o arroz em uma forma oblonga. Se o arroz não estiver muito frio, deve aderir muito bem.

Pondo-se uma pitada de rábano picante cru e fina fatia do peixe cru favorito da pessoa por cima do arroz modelado completa-se este tipo de sushi. Há muitos tipos diferentes de alimentos marinhos crus usados para se fazer sushi, inclusive o atum, o camarão, o polvo e a lula.

Para ser realmente saboroso, é preciso mergulhar o sushi em molho de soja e comê-lo junto com chá verde. O inexperiente em comer sushi talvez verifique que é preciso duas ou três mordidas para liquidar com apenas um sushi. Assim, a pessoa talvez fique surpresa de ver até mesmo a mais requintada dama japonesa metendo um sushi inteiro na boca por meio de fachis, e ainda conseguindo continuar uma conversa.

Outro tipo popular de sushi é feito por se enrolar o arroz numa folha de alga marinha seca, junto com uma tira de rabanete ou abóbora crua em picles no meio. Estes “rolos de arroz” são então cortados em fatia e dispostos num prato, com o lado cortado para cima.

É preciso um perito para preparar devidamente o sushi. Por conseguinte, muitas famílias aqui têm sua loja favorita de sushi, para onde telefonam a quase qualquer hora e pedem que seja entregue sushi fresco em sua casa. Entre os japoneses, jovens e idosos, o sushi é favorito.

Almoços Típicos

Para o almoço, com freqüência o arroz que sobra do desjejum é colocado numa caixinha ou bento. Alguns picles, alguns restos de carne e legumes talvez sejam colocados em cima. Isto constitui excelente marmita para almoço.

Para o almoço em casa, talvez prepare ochazuke. Tudo que faço é derramar o chá verde quente sobre o arroz que sobrou. Os japoneses apreciam muito o gosto da mistura deste chá verde e arroz. É um prato quente no inverno, e quando a pessoa prefere comer pouco no verão, é muito delicioso.

Como pode ver, a família japonesa mediana come muito arroz, usualmente para o desjejum, o almoço e a janta. E as cozinheiras japonesas desenvolveram algumas formas ímpares de prepará-lo também.

Desjejum Japonês

Nosso prato principal da manhã é arroz, quentinho, fumegante e fofo. Junto com isto, tomamos a sopa miso, tão importante para a dieta japonesa quanto o arroz. Para completar nosso desjejum, talvez tenhamos vários tipos de rabanete picado, conhecido como tsukemono, e chá verde. Também, muitas famílias apreciam um prato colateral de peixe cozido. Bem, não diria que se trata duma refeição nutritiva para se começar o dia?

Naturalmente, o preparo do arroz é que torna apetitosa a refeição. O arroz japonês é praticamente sempre deixado de molho antes de ser cozido. Com efeito, a última coisa que a dona-de-casa japonesa faz, antes de deitar-se, é lavar o arroz para a manhã seguinte e deixá-lo de molho a noite toda.

A maioria das donas-de-casa japonesas modernas dispõe de panelas elétricas para cozinhar o arroz. Estas indicam a quantidade de arroz e água a adicionar, e automaticamente se desligam quando o arroz fica pronto. Contudo, muitas donas-de-casa japonesas ainda usam uma panela com tampa pesada que não cai enquanto o arroz cozinha. Para nossa família de cinco pessoas, uso três xícaras e três quartos de arroz.

Cozinho o arroz em cerca de quatro xícaras de água. Se desejo arroz mais macio, adiciono mais água; para ter arroz mais duro, ponho menos água. Depois de o arroz e a água chegarem ao ponto de fervura, reduz-se a temperatura, e permite-se que o arroz cozinhe em fogo lento por cerca de vinte minutos até que toda a água seja absorvida. Durante o cozimento é boa idéia remexer a panela várias vezes, de modo que o arroz seja cozinhado por igual. Agora se desliga o calor, e, sem remover a tampa, permite-se que o arroz cozinhe no vapor por dez a quinze minutos. Fica então pronto para ser comido.

A base da sopa miso é feita de soja, trigo ou arroz, e sal. Coloca-se esta mistura num pote de madeira para fermentar, formando grossa pasta.

Para fazer a sopa, primeiro preparamos um caldo, quer de peixe seco ou de algas marinhas secas. Daí, adicionamos um pouco dessa pasta miso ao caldo. Ao passo que a sopa fica boa desse modo, alguns a apreciam mais quando se adicionam rabanetes ou cebolas picadas, ou talvez peixe. Visto que a dieta japonesa é bem amilácea, esta sopa miso fornece as vitaminas necessárias para manter-nos saudáveis. A sopa miso é tão popular no Japão que há alguns restaurantes aqui que só vendem esta sopa.

Agrade a seu paladar do modo japonês

Do correspondente de “Despertai!” no Japão

JÁ COMEU num restaurante japonês? Se assim for, talvez tenha comido sukiyaki, prato que inclui pequenos pedaços de carne de vaca junto com legumes, ou tempura, carnes e legumes à milanesa e fritados. Mas, sabia que, no Japão, raramente comemos tais pratos, exceto em restaurantes? Lembra o chop suey, que não é um prato típico daquele país, tampouco.

O que, então, nós, os japoneses, comemos usualmente numa base diária no Japão? E como preparamos esta comida?