quarta-feira, 21 de abril de 2010

Bênção Para Muitos

Os nutricionistas acham que a diminuição das reservas regulares de alimentos talvez, na realidade, seja uma bênção, pelo menos em certos países prósperos onde a maioria das pessoas come demais. Nos Estados Unidos, para, exemplificar, mais de 45% da população têm um excesso de 20 por cento ou mais de peso. A escassez de víveres talvez obrigue algumas dessas pessoas a comer menos, bem como menos das espécies de alimentos que prejudicam sua saúde.

O Dr. Jean Mayer, professor de nutrição da Universidade de Harvard, comentou sobre isto, afirmando: “O simples fato é que nós, estadunidenses — já por bom tempo — comemos demais as coisas erradas. O aperto dos preços simplesmente obriga as pessoas a fazer aquilo que todos os nossos esforços em educá-las sobre nutrição não tiveram muito bom êxito em obrigá-las a fazer. Acima de tudo, isso significa comer menos carne, e menos gordura na carne que comemos.

A quantidade de carne que os estadunidenses comem é considerada desastre dietário por certos nutricionistas. Em 1973, os estadunidenses alcançaram a média per capita de consumo de uns 54 quilos de carne de vaca apenas, para não se mencionar as outras carnes! No entanto, demasiado deste alimento rico em nutrição é evidentemente perigoso. “Aquele grande bife marmoreado devia ser deixado para os sujeitos que trabalham arduamente e que não constituem um risco de moléstia cardíaca — perigo confrontado por metade da população estadunidense”, avisa o Dr. George Briggs, professor de ciência nutricional da Universidade da Califórnia.

Comer menos carne evidentemente traria benefícios à saúde, não só para os estadunidenses, mas também para milhões de pessoas em toda a parte, por lhes tornar disponíveis mais cereais A razão disto é que muitos quilos de cereais servem como ração para um animal, para que ele produza um quilo de carne. E, assim, na China, onde se come comparativamente pouca carne, mas consomem-se cereais em alguma forma direta, exige-se menos alimento per capita.

Uma forma, então, de enfrentar a agravante escassez de alimentos é comer menos carne. Para se ter idéia de como isso poderia ampliar a oferta de alimentos, calculou o Dr. Mayer: “A mesma quantidade de alimentos que sustenta 210 milhões de estadunidenses poderia alimentar 1,5 bilhões de chineses, segundo a dieta mediana chinesa.”

Em sentido limitado, os preços avolumantes começam a obrigar alguns a obter alternativas alimentares. Os ingleses, por exemplo, segundo se noticia, comem menos carne agora do que comiam há vinte anos atrás, quando a carne estava racionada. Tal alteração nos hábitos alimentares é, pelo que consta, benéfica para muitos.

Por outro lado, a nutrição adequada é necessária à boa saúde. Que alimentos podem ser obtidos para garantir que sejam satisfeitas as necessidades nutritivas da pessoa?

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