segunda-feira, 26 de abril de 2010

Variedades do Pão Libanês

A pessoa talvez fique imaginando por que o pão é tão importante para o habitante do Oriente Médio. A resposta se torna evidente quando a pessoa conhece as muitas espécies de pães que são comidos e como são usados como comestíveis “colheres” e “garfos”. Considere alguns dos tipos de pão comidos no Líbano.
Sem comparação, o mais popular é o “khubz arabi”, ou pão árabe. A massa com fermento, feita quer de farinha branca quer de integral, difere pouco da massa de pão do Ocidente. É feita com água, ao invés de leite, e é apenas ligeiramente salgada. É aí que a similaridade termina, contudo.
A massa misturada é dividida em pelotas do tamanho dum punho fechado e se permite que cresça. Depois de crescer na medida apropriada, os pães são então achatados à mão ou passados por uma máquina que se parece com o espremedor duma lavadeira. Em resultado disso, os pães ficam então finos e achatados, e têm cerca do tamanho dum prato grande de comida. De novo se deixa que cresçam ligeiramente. Agora, o pão está pronto para ser cozido.
Ao serem cozidos, os pães incham de modo que parecem como se fossem saladeiras viradas para baixo. Em apenas uma questão de minutos ficam cozidos no ponto. Ao esfriarem, desincham de novo, mas agora os pães são como bolsos, fechados por toda a volta, quebradiços do lado de fora e úmidos por dentro.
Seis desses pães ocos pesam cerca de um quilo de pão. As grandes famílias consomem cinco ou seis quilos de pão por dia, de modo que a dona-de-casa tem de levar uma pilha e tanto de pão, da padaria para casa!
Deliciosa variedade de pão árabe é o “kaak”, vendido onde quer que se ajuntem crianças. Trata-se dum pão menor, e apenas a metade dele é oca. A outra metade tem o formato duma alça, um tanto parecido a uma rosca gigante, assimétrica. É coberto generosamente de sementes de gergelim e tostado para ficar quebradiço.
Toda tardinha, quando se encerram as aulas, ou perto de qualquer parque público, vendedores que carregam grandes bandejas de “kaak” nas cabeças podem ser ouvidos oferecendo seus produtos. Se parar o vendedor, ele deixará que escolha o pão que quiser. Daí, abrindo um buraco na parte oca dele, aspergirá no interior uma mistura de ervas contendo tomilho, sumagre e sal. Que saboroso lanche para a tarde!
Um pão popular para o desjejum aqui no Líbano é um “kaak” seco que vem em forma duma rosca ou duma bisnaga. É de paladar neutro, visto não conter nenhum sal, mas é bem delicioso quando mergulhado na bebida favorita da pessoa.
Outro tipo de pão que é quase tão popular quanto o pão árabe é o “khubz marqook” ou “khubz as-saj”, uma variedade fina como papel. A massa básica e o peso do pão são aproximadamente os mesmos, mas o pão assume a forma dum disco fino de uns 60 centímetros de diâmetro ao ser jogado de uma das mãos para a outra; como se prepara a massa de pizza. Este pão é bem quebradiço e quase desprovido de umidade, de modo que se conserva por longo tempo. Visto que as mulheres dos povoados só assam pão uma vez por semana para suas grandes famílias, este pão é muito prático para elas. O pão deste tipo, mesmo guardado uma semana, é tão bom quanto o pão fresquinho.
Ainda outro estilo de pão, popular principalmente nos povoados das montanhas, é o “khubz at-tannoor”. De novo, a receita da massa é padrão, mas os pães têm outra consistência devido ao modo de serem assados. O forno usado é um forno convexo de pedras.
Depois de o pão ter sido achatado e amassado, é colocado numa forma coberta e abaixado no forno pré-aquecido, e jogado num lado curvo, onde gruda até que fique assado. É então descascado quando pronto. Estes pães são mais duros que o “khubz marqook” e permanecem úmidos por vários dias.
Não se deve desperceber as variedades armênias de pão. Não são muito diferentes do pão francês. Os pães são aspergidos com sementes de gergelim antes de serem cozidos, o que lhes dá um sabor de nozes.

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